
Inclusão: Aluno autista se forma em Jornalismo na UNITAU
O aluno Dabyatã Chinaqui do curso de Jornalismo da Universidade de Taubaté (UNITAU) apresentou seu Trabalho de Graduação (TG), na última semana. A escolha do aluno foi um vídeo documentário, que produziu sozinho, sobre a história da televisão no Brasil.
Esse é um relato comum na trajetória de muitos universitários nesse período de fim de semestre. Mas o diferencial é que Dabyatã é autista. A síndrome apresenta alguns desafios ao portador, como o da socialização e o da comunicação.
Para o orientador do trabalho, o Prof. Me. Maurílio do Prado Láua, outras características de Dabyatã prevaleceram no desenvolvimento do trabalho. “Ele é muito responsável, dedicado e profissional. Isso facilitou muito o processo de orientação. A sensação de ver o trabalho finalizado é emocionante”, conta.
Dabyatã escolheu fazer o documentário porque sempre gostou de assistir a esse gênero na televisão.Segundo ele, a história da TV brasileira é muito rica.
“Acho que a televisão brasileira não é muito reconhecida aqui no país e faltava esse tipo de conteúdo. Escolher o tema não foi tão difícil, ainda mais por ser algo de que eu gosto muito. Adquiri muito conhecimento ao longo da produção”, explica.
O prof. Maurílio conta que ter alunos como Dabyatã é bom para o Departamento, pois mostra respeito para com eles e evidencia suas conquistas.
“Já formamos alunos deficientes visuais, auditivos e de mobilidade. Agora, formamos um autista. Isso mostra que não tem diferença entre alunos, quando há respeito, dedicação e profissionalismo. Para nós, é uma grande vitória. Para eles, ela é muito maior ainda”, ressalta.
Os professores também se preocupam com os demais alunos e sempre se dão o trabalho de informar sobre os colegas. “Os alunos são informados da questão e entendem a importância de lidar bem com esse tipo de diferença. Nossos professores são profissionais excelentes e dedicados, não tem como não dar certo”, observa.
Para o aluno, estudar na UNITAU foi uma grande realização. “Não poderia estar mais feliz. A UNITAU me acolheu muito bem, tive ótimos professores, e os colegas também sempre me apoiaram. É um momento da minha vida que vou lembrar para sempre”, finaliza.
Nathália Sobral
ACOM/UNITAU
Foto: Aguinaldo de Jesus